Esse não é um livro novo. Entendam: eu tenho uma pilha infindável de livros e jogos à espera de uma oportunidade para me entreter. É aquela coisa: quando você é mais novo, tem tempo demais e dinheiro de menos. Aí você vira adulto, arranja seu próprio emprego, ganha dinheiro para comprar o que quer, mas não tem tempo para usar seja o que for. Foi o caso com esse livro.
Selva Brasil foi escrito pelo Roberto de Sousa Causo, escritor de ficção já bastante famoso no gênero, e públicado pela Draco em 2010. Só fui tomar vergonha na cara e pegar o livro para ler há poucos dias. O tema me interessou, mas eu estava em outro “clima”, e quando eu estou em outro clima, não adianta tentar ler ou jogar coisas que não se encaixem nele. Umas semanas atrás fui no lançamento do outro livro do Causo, o Glória Sombria. Estou entrando no clima space opera para voltar às vias de fato com o Véu da Verdade, mas achei que ia ser muita palhaçada ler o livro de 2013 de um autor tendo há tempos o de 2010 escondido no meu iPad.
A trama gira em torno de um pelotão do Exército Brasileiro enviado para substituir um grupo positionado na Floresta Amazônica, perto da fronteira com as Guianas. Mas nesse ‘universo’ a História seguiu um caminho um pouco diferente. Uma série de pequenos desvios, como a decisão do presidente Jânio Quadros de invadir as Guianas, levou o Brasil a um longo conflito contra Europeus e Norte Americanos, de forma que, em fins de século 20, o Brasil passa por uma espécie de Guerra Fria contra países como EUA e França.
Selva Brasil é narrado por nada menos do que o alter-ego do próprio Causo, que neste mundo nunca deixou o Exército nem se tornou escritor. Aos poucos, na medida em que o Causo-militar conta a história as nuances dessa história alternativa começam a surgir, enroscando-se com a própria trama a qual esses militares foram enviados para desvendar. Não quero estragar a experiência de ninguém aqui, então não vou falar mais sobre isso.
Quando fui fechar o app do Kindle após a primeira noite lendo o livro me surpreendi ao descobrir que já tinha lido 73% do Selva Brasil em uma tacada. Não é um livro grande (tem 112 páginas), mas, mesmo assim, eu não costumo devorar livros tão rapidamente assim. A verdade é que o livro me prendeu apesar da enxurradas de siglas típicas do linguajar militar, e que geram um pouco de estranhamento no início (mas que, logo, passam como qualquer outro termo ou nome da história).
Minha primeira impressão é que o livro merecia ser maior, mas, quem sabe, talvez acabou sendo do tamanho ideal para a história que tinha de ser contada. Não vale a pena encher linguiça só para aumentar o número de páginas.
O livro vale ser lido.
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Site do Autor - http://robertocauso.com.br/
Obrigado pela resenha, Beraldo. Legal isso da história ter te prendido. Espero que "Glória Sombria" tenha o mesmo efeito sobre você. Abração!
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