Making of de um jogo: Space Station Ullinah

Esse mês anunciei formalmente a abertura da Eridanus Studio, meu 'nome de guerra' no desenvolvimento de jogos independentes. Meu objetivo é criar jogos com foco narrativa, jogos simples, mas completos (como nesse artigo aqui). Mais do que isso, farei com que esses jogos falem diretamente com meus livros e contos, interagindo como histórias complementares.

Um desses jogos agora em desenvolvimento é (por enquanto) chamado Space Station Ullinah. Em resumo bem simplificado, imagine-se comandante de uma estação espacial entre o universo civilizado e o resto da galáxia. Sim, pode pensar em Babylon 5 e Deep Space 9 como referências. São exatamente essas as que eu tenho em mente.

Mas esse não é mais um jogo de gerenciamento de estações onde o que importa são números. Seu papel é lidar com as crises e dividir seu tempo entre coordenar o acesso de alienígenas independentes à Liga dos Mundos ao mesmo tempo em que garante que sua tripulação funcione como uma equipe.

Se você é um dos 500 leitores do meu primeiro livro, Véu da Verdade (2005) talvez reconheça o nome. Ullinah é a estação espacial em que os personagens do livro param logo no início da trama. Acho que esses capítulos dão uma boa ideia do tipo de crise que o jogador como comandante terá de lidar.

Certo, mas o que é o jogo?

A melhor forma de descrevê-lo é dizer que é um jogo narrativo de estratégia onde cada decisão sua afetará a história contada. Mas vou mais além. Vou explicar como ele funciona até então (porque coisas podem mudar durante o desenvolvimento do projeto).

Você interage com o jogo através de três níveis de visão: Setor, Sistema e Estação. Você tem liberdade para mudar entre eles quando quiser.

As imagens não são a versão final do jogo. Muita coisa pode (e deve) mudar.

A visão de Setor você vê os sistemas estelares mais próximos. Aqui você decide com quais sistemas quer abrir rotas comerciais e qual o nível de abertura. Cada sistema tem tipos diferentes de produtos que quer comprar e vender, mas também tem sua história, que certamente afetará o que virá pela frente.

Na visão de Sistema você vê o sistema estelar onde está sua estação. Você pode interagir com objetos locais como a estrela, um cinturão de asteroides e uma nuvem de cristais, além de outros objetos que aparecem ao longo do jogo. Você terá a possibilidade de interagir com esses objetos de formas diferentes. O que você prefere: estabelecer uma plataforma de mineração no cinturão de asteroides ou enviar uma equipe de pesquisas para investigar sinais de antigas ruínas?

E finalmente na visão de Estação você vê a própria. Aqui você pode construir novos módulos, que afetarão não só os atributos da estação (atualmente Comando, Defesa e Segurança), mas também quais personagens farão parte da sua tripulação. Por enquanto estou trabalhando com a ideia de duas escolhas de personagem por setor da estação (Ciência, Segurança, Defesa, Indústria e Comunicações). Você poderá voltar aqui a qualquer momento para conversar com seus oficiais para saber mais sobre eles. E talvez isso seja extremamente importante.

O que torna o jogo interessante é que todas essas decisões afetarão a sua história. Se você decidiu enviar cientistas aos asteroides e abriu uma rota comercial com o planeta Niter, uma corporação niteriana escusa resolve tentar roubar um antigo artefato encontrado pela sua equipe. Só que seu chefe de segurança é viciado em um tipo potente de droga (coisa que você saberia e talvez resolvesse se tivesse investido tempo em conversar com ele de vez em quando). Os niterianos trocam drogas pelo silêncio do seu oficial, que acaba sofrendo uma overdose e fica fora de combate justamente quando terroristas Korbo (para quem você vendeu armas no mercado negro) atacam a estação.

Isso é só uma ideia do que tenho em mente. E acredito que essas ‘histórias cruzadas’ tornaram o jogo bem interessante.

Mas eu quero saber sua opinião. O que você acha? Que tipo de situações você espera encontrar? Conte-me mais!