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quarta-feira, 26 de junho de 2013

O que é Aventura Eterna?

Vou começar diferente: Aventura Eterna é um jogo de narrativas.

“Mas, oh Beraldo, isso não quer dizer que é um RPG?”

Quer, mas já percebi que o termo traz uma série de expectativas que prefiro evitar de início.

Explico!

A ideia do Aventura Eterna veio de dois desejos: criar um jogo colaborativo que atraísse quem gosta de literatura de ficção E desenvolver um sistema de RPG que me permitisse ser o que eu quisesse sem precisar de uma infinidade de regras novas para aprender.

A inspiração veio de vários lugares. Conceitualmente existe o sistema criado pela Green Ronin para a série de livros A Song of Ice and Fire (mais conhecido hoje pela série da HBO Game of Thrones), cujo foco foi atrair os leitores da série que jamais jogaram RPG. Em termos de liberdade de criação veio o recém-lançado 13th Age da Pelgrane Press que adiciona elementos de narrativa na criação dos personagens do clássico “roleplaying game mais famoso do mundo.” Por fim veio a rolagem de "dados narrativos" apresentado ainda mais recentemente pelo novo RPG do Star Wars, Edge of the Empire, produzido pela Fantasy Flight Games.

Ao meu ver são bons sistemas, mas não são ideais para o que eu tinha em mente. Todos são complicados para um iniciante. O RPG do Game of Thrones acertou em usar apenas dados comuns, de seis lados, mas não tem a abertura que eu procurava. Star Wars teve ótimas sacadas, mas usa dados customizados ao invés de dados com números. E o 13th Age nada mais é do que Dungeons & Dragons com outra roupagem.

Aventura Eterna está sendo desenvolvido para ser um jogo fácil de aprender cujo foco é na narrativa colaborativa. Será um jogo com camadas, onde a complexidade depende da escolha dos próprios jogadores. E o melhor é que a versão básica deste jogo será disponibilizado gratuitamente na Internet.

“Falou, falou, mas não disse nada. Como é o sistema?”

O principal motivo de chamar Aventura Eterna de jogo narrativo ao invés de RPG é pelo fato de seguir regras bem abertas cujas situações dependem muito de contexto. Existem dados e fichas de personagem, claro! Mas as coisas giram mais em torno de construir uma experiência juntos do que um grupo de jogadores de um lado e um mestre do outro.

A criação de um personagem não tem nada de rolar dados, olhar tabelas e escolher conceitos pré-definidos como raças, classes ou arquétipos. É sobre usar a imaginação. Tanto que o ponto mais importante da ficha de qualquer personagem é o campo “Histórico,” onde o jogador descreve em uma frase ou duas algo sobre o passado do seu personagem. Ele é o capitão da guarda da cidade de Sukutai? Membro da Rebelião Vermelha contra o Imperador? Órfão de guerra e sobrevivente da batalha do Vale? Tudo está em aberto e, dependendo do consenso entre Protagonistas e Narrador, até mesmo o que se escreve neste campo pode ditar elementos da história do jogo e do mundo. O que vale e o que não vale depende dos próprios jogadores decidirem em conjunto.

Ao longo das próximas quartas-feiras postarei mais sobre o sistema e um relatório dos testes de jogo. Aguardem.

Links:
A Song of Ice and Fire RPG
13th Age
Star Wars: Edge of the Empire

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